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Entrevista com Márcia Tiburi
Parte 1 – Feminismo e literatura
Márcia Tiburi

No dia 25 de Março de 2024, o Levante Feminista contra o Feminicídio comemora 3 anos de existência. Esse movimento iniciado de forma espontânea por Márcia Tiburi, Vilma Reis e Tânia Palma, em conjunto com outras mulheres, conta hoje com mais de mil entidades feministas e segue articulando mulheres de todos os estados do Brasil, no que se tornou uma imensa rede social democrática de feministas, voltada ao combate à violência contra todas as mulheres.

Em entrevista ao Coletivo Brasil, Márcia Tiburi conta como o Levante Feminista contra o Feminicídio vem enfrentando as estruturas do patriarcado e seus mecanismos de controle dos corpos, através da violência constante e sistemática, e afirma sua fé na força transformadora da conscientização política promovida pela luta das mulheres. A filósofa, professora, artista plástica e escritora fala ainda sobre outras ações de que faz parte e conta como suas obras influenciaram o feminismo em nosso país e como foram influenciadas por ele. A autora trata também de seu mais novo romance, Com os sapatos aniquilados Helena avança na neve, onde desvela seu desejo de desestabilizar o circuito da violência através da ficção.[…]

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Testemunhos da Guerra em Gaza
Oleg Muschei

Quanto vale uma vida humana? Esse valor é mensurável? Há critérios que determinam se uma vida tem maior valor que outra? 1.200 mortos e em torno de 240 sequestrados equivalem a mais de 30.000 mortos? Não há respostas certas ou definitivas para essas questões, mas Oleg Muschei fornece uma alternativa para sairmos dessa aporia. Uma vida pode ser mensurada pela quantidade de outras vidas que ela tocou, pelos familiares, amantes e amigos que deixou. Nesse contexto, a tragédia humanitária que se acelerou a partir dos eventos de 7 de outubro tem dimensões colossais. No final, são todos seres humanos cuja morte acarreta dor e ausência. Optando por trabalhar pela consciência e pela humanidade, Oleg se engajou na campanha de prevenção ao suicídio na comunidade palestina-americana na cidade de Sacramento, nos EUA. Em seu trabalho, recolheu testemunhos de dois palestinos que perderam familiares no atual conflito. O texto a seguir foi escrito a partir dessa experiência.[…]

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Neoliberalismo “clássico” e novo neoliberalismo
Pierre Dardot

No dia 28 de fevereiro, o Ministro Fernando Haddad discursou na abertura da Reunião Ministerial do G20 ocorrida em São Paulo. Ele abriu a Reunião porque o Brasil assumiu a presidência do G20 para o ano de 2024. Em seu discurso, o Ministro abordou temas como globalização, aumento da desigualdade e como “a integração econômica global se confundiu com a liberalização de mercados, a flexibilização das leis trabalhistas, a desregulamentação financeira e a livre circulação de capitais”. Eis que o texto de Pierre Dardot, anteriormente publicado na Sens public, mostra-se atual. Dardot discute como o neoliberalismo é um modelo que gere relações de imperium, a dominação sobre as pessoas, e de dominium, a dominação sobre as coisas. O neoliberalismo é mais do que um mercado que, hipoteticamente, autorregula-se. Os neoliberais clamam por uma constante regulamentação das relações de imperium e de dominium na qual o mundo é mais do que um mercado sem fronteiras e sem Estado, mas sim um “mundo duplo, preservado pelos guardiões da constituição econômica das demandas das massas em favor da justiça social e da igualdade redistributiva”. Assim, a ordem ecônomica neoliberal não pressupõe a abolição dos Estados nacionais ou de fronteiras (por que choras, Brasil Paralelo?). Pelo contrário, ela presume que os Estados nacionais se organizarão e criarão mecanismos capazes de impor a “racionalidade do capital”, e eis que surgem o GATT, a OMC, o G20, etc. Nesse contexto, Dardot traça a história do neoliberalismo e questiona se é possível a divisão entre neoliberalismo “clássico” e um novo neoliberalismo. […]

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Antes da Pandemia
Kowawa Apurinã

Kowawa Apurinã, indígena, antropóloga e educadora, relata, nesse vídeo originalmente publicado na Sens public, suas impressões sobre as difíceis condições de vida das mulheres e de suas famílias nas comunidades indígenas, que não contaram com o auxílio do Estado no contexto do governo de Jair Bolsonaro. Kowawa Apurinã ressalta a importância da terra e da relação de harmonia com a natureza, não somente para os povos originários, como também para toda a humanidade.[…]

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2a Marcha das mulheres indígenas
Cutiara Terena e Irineia Terena

Nos idos de 2021, mulheres indígenas marcharam, pela segunda vez, na capital federal para clamar por seus direitos. E Fernanda Paixão, colaboradora do Coletivo Brasil, esteve na 2a Marcha Mulheres Indígenas, onde captou fotos e vídeos e registrou os testemunhos das indígenas Cutiara e Irineia Terena. Essas falas revelam a mobilização e a luta dos povos indígenas brasileiros. O Coletivo Brasil compreende que essa luta ainda não findou, e por isso é importante rememorar esses testemunhos. Esse texto foi originalmente publicado no Dossiê Vozes Indígenas, da revista Sens public.[…]

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Uma ministra terrivelmente cristã e seu discurso fascista
Marília Gonçalvez Magalhães e Letícia Barreto

Nesse texto, as autoras Marília Gonçalvez Magalhães e Letícia Barreto analisam discurso e prática de Damares Alves, ex-ministra no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.[…]

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História das artes gráficas na Bahia
Gutemberg Cruz

Neste artigo, o jornalista e pesquisador Gutemberg Cruz nos oferece uma visão histórica e bastante atual da produção de artes gráficas na Bahia. Usando como gancho principal o tema da exposição “Humor Gráfico na Bahia”, idealizada por ele em comemoração ao aniversário de 138 anos da primeira história sequencial publicada no estado, ele também nos apresenta artistas e obras de diversos períodos e vertentes – quadrinhos, cartuns, charges e caricaturas.[…]

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Neoliberalismo autoritário no Brasil
Daniel Pereira Andrade

Para compreender a virada autoritária do neoliberalismo no Brasil durante o governo Bolsonaro, o artigo examina como as reformas neoliberais se compõem com uma racionalidade política historicamente situada: a lógica militar da guerra ao inimigo interno. O artigo enumera, em primeiro lugar, os projetos de reforma neoliberal propostos pelo ministro da economia Paulo Guedes nos três primeiros meses de governo. Em segundo lugar, mapeia a participação dos militares no governo Bolsonaro e analisa o surgimento da lógica militar da guerra ao inimigo interno durante a Ditadura Militar (1964-1985), sua metamorfose em guerra às drogas ao longo da Nova República e sua atualização por meio das operações de “pacificação”. Por fim, o artigo mostra como as racionalidades neoliberal e militar se compõem na virada autoritária brasileira, criando, de um lado, reforço mútuo, e, de outro, bloqueios que colocam a democracia brasileira em xeque. Texto originalmente publicado no dossie Le néolibéralisme autoritaire au miroir du Brésil da revista Sens public. […]