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Pior que anistia só lavar o piru na pia
Luiz Capelo

O Golpe civil-militar de 1964 completou 60 anos essa semana. Em teoria, esse seria o momento para o governo Lula, ele próprio um opositor na Ditadura, rememorar que o ocorrido em 64 foi um golpe de Estado e assim fortalecer a democracia na República. Infelizmente, não foi esse o caminho escolhido pelo governo. Muito pelo contrário, optou-se pelo esquecimento, por tentar jogar os fatos para debaixo do tapete. Essa atitude remete à auto-anistia que os militares se concederam. Dentre as perversidades do regime militar, a Anistia de 1979 desponta como uma das mais perniciosas. A Lei da Anistia de 1979 não é uma “conquista da democracia” (até porque ela é fruto da Ditadura), tampouco foi ampla geral e irrestrita.[…]

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Entrevista com Ana Maria Magalhães
Ana Maria Magalhães

Nessa entrevista exclusiva para o Coletivo Brasil, que dividimos em quatros partes, Ana Maria Magalhães fala um pouco de sua trajetória no cinema e sobre os filmes que marcaram sua carreira. Atriz e diretora, Ana Maria atuou em diversos filmes, como Azyllo muito louco, Como era gostoso o meu francês e outros. Nas novelas, está presente nas míticas Gabriela e Saramandaia. Como diretora, lançou os documentários Já que ninguém me tira para dançar, que retrata a trajetória de Leila Diniz, atriz que balançou as estruturas da sociedade machista de sua época; O Brasil de Darcy Ribeiro, sobre essa importante personalidade de nossa história; e Mangueira em dois tempos, em que mostra o percurso de membros da escola de samba mirim Mangueira do Amanhã. Ana Maria ainda fala sobre a recepção de sua obra pelo público jovem e suas referências dentro e fora do cinema.[…]

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Ressentimento em meio à riqueza
Elementos para uma geografia brasileira do descontentamento e da polarização política
Aristides Monteiro Neto

Aristides Monteiro Neto traz um panorama da ascensão da política de direita e ultradireita no Ocidente e demonstra os caminhos tomados por ela em meio ao território nacional, desde o impeachment da presidenta Dilma Rousseff até os dias atuais. O autor questiona ainda as razões para a adesão massiva a ideias antidemocráticas e conservadoras, especialmente nas regiões mais ricas do Brasil, e o motivo do grande descontentamento político apresentado por elas. A hipótese desenvolvida por ele para responder a esses questionamentos é apresentada aqui de forma clara e inequívoca, constituindo uma verdadeira análise política e social de nosso vasto país.[…]

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Carta dos povos da floresta à sociedade não indígena
Márcia Wayna Kambeba

O presente texto é uma carta destinada sobretudo à sociedade não indígena. Em tempos de pandemia, violência e genocídio, as suas palavras devem ecoar e encontrar novos interlocutores. Aliando sensibilidade poética a engajamento histórico-social, Márcia Wayna Kambeba nos apresenta um retrato necessário da situação da “Terra Mãe” no século XXI. Ela nos faz um convite a pensar a defesa do meio ambiente, os saberes indígenas e a necessidade de se repensar a narrativa de “progresso”. Esse texto foi originalmente publicado no Dossiê Vozes Indígenas, da revista Sens public.[…]

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O Brasil como destino
Elizabete Sanches Rocha, Giovanna Leme de Castro e Letícia Laurenti Olivi

Nesse momento em que há acirramento da tensão entre a Venezuela e a Guiana pela disputa da região de Essequibo, o Coletivo Brasil publica um texto de Elizabete Sanches Rocha, Giovanna Leme de Castro e Letícia Laurento Olivi sobre a imigração venezuelana para o Brasil. A discussão sobre a imigração se impõe como necessária em decorrência do conflito. No artigo, as autoras discorrem sobre o fluxo migratório de venezuelanos com destino ao Brasil. Além de um histórico dessa migração, as autoras discutem a prática da interiorização dos imigrantes e a necessidade do reconhecimento cultural como base do acolhimento.[…]

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O comportamento da classe média e o declínio da democracia no Brasil, o fator subjetivo na história
Soleni Fressato

O texto tem como objetivo pensar a classe média e o seu papel nas eleições presidenciais de 2018, que levaram Jair Messias Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), ao Palácio do Planalto. Como tese principal, o texto argumenta que a classe média não possui uma identidade de classe que lhe seja própria e, assim, assimila as referências culturais das classes superiores. Como consequência dessa ausência de ideologia própria, a classe média, em uma tentativa de diferenciar-se, demonstra preconceito com as classes populares. Para compreender essa questão, o texto divide-se em três momentos. Inicialmente, é feita uma análise histórica da formação da classe média; em seguida, é discutida a emergência da « nova » classe média; em um terceiro momento, é apresentada a percepção da classe média sobre a crise econômica global iniciada em 2008. Texto originalmente publicado na revista Sens public[…]

fabiano Awa Mitã
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Aldeia Renascer Ywyty Guaçu
Fabiano Awa Mitã

Esse texto faz parte do dossiê Trilhas para renovar o Brasil, concebido e dirigido por Junia Barreto e publicado na revista Sens public. Hoje, Fabiano Awa Mitã, em texto, imagens e vídeo, apresenta a Aldeia Renascer Ywyty Guaçu e seus projetos vinculados à agricultura sustentável e à educação ética e solidária, além de revelar a riqueza do artesanato ali produzido. Um segundo vídeo, montado a partir de imagens enviadas pelos indígenas da Ywyty Guaçu, revela as tentativas de violação do território indígena e a luta da comunidade pela preservação da biodiversidade local.[…]

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Cartas sobre a democracia
Lana Bastašić

Esta carta faz parte das Cartas sobre a democracia, um projeto do 4o Fórum sobre a cultura na Europa, em junho de 2023, em Amsterdam. Organizado pela De Balie, o Fórum se concentra no significado e no futuro da democracia na Europa. Ele reúne artistas, ativistas e intelectuais para explorar a democracia, sobretudo enquanto expressão cultural e não política.

Para as Cartas sobre a democracia, cinco escritores examinam o futuro da Europa, em uma série de cinco cartas, iniciada por Arnon Grunberg. Os escritores – Arnon Grunberg, Drago Jančar, Lana Bastašić, Oksana Zabuzhko e Kamel Daoud – encontram-se durante o Fórum, no contexto de uma conversa sobre a Europa que nos espera e o papel do escritor nela.[…]