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Entrevista com Márcia Tiburi
Parte 1 – Feminismo e literatura
Márcia Tiburi

No dia 25 de Março de 2024, o Levante Feminista contra o Feminicídio comemora 3 anos de existência. Esse movimento iniciado de forma espontânea por Márcia Tiburi, Vilma Reis e Tânia Palma, em conjunto com outras mulheres, conta hoje com mais de mil entidades feministas e segue articulando mulheres de todos os estados do Brasil, no que se tornou uma imensa rede social democrática de feministas, voltada ao combate à violência contra todas as mulheres.

Em entrevista ao Coletivo Brasil, Márcia Tiburi conta como o Levante Feminista contra o Feminicídio vem enfrentando as estruturas do patriarcado e seus mecanismos de controle dos corpos, através da violência constante e sistemática, e afirma sua fé na força transformadora da conscientização política promovida pela luta das mulheres. A filósofa, professora, artista plástica e escritora fala ainda sobre outras ações de que faz parte e conta como suas obras influenciaram o feminismo em nosso país e como foram influenciadas por ele. A autora trata também de seu mais novo romance, Com os sapatos aniquilados Helena avança na neve, onde desvela seu desejo de desestabilizar o circuito da violência através da ficção.[…]

mosaico Fiocruz
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Quadro vacinal contra a dengue no Brasil
Rafaella Fortini Grenfell e Queiroz

No texto, a pesquisadora Dra. Rafaella Fortini apresenta as duas vacinas contra a dengue atualmente disponíveis no Brasil. Além dessas, a Dengvaxia® e a QDenga®, o Instituto Butantan está na fase final do desenvolvimento de um terceiro imunizante. A vacinação contra a dengue é uma vitória da sociedade brasileira, e o Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer vacina contra a dengue em sistema público e universal de saúde. […]

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Testemunhos da Guerra em Gaza
Oleg Muschei

Quanto vale uma vida humana? Esse valor é mensurável? Há critérios que determinam se uma vida tem maior valor que outra? 1.200 mortos e em torno de 240 sequestrados equivalem a mais de 30.000 mortos? Não há respostas certas ou definitivas para essas questões, mas Oleg Muschei fornece uma alternativa para sairmos dessa aporia. Uma vida pode ser mensurada pela quantidade de outras vidas que ela tocou, pelos familiares, amantes e amigos que deixou. Nesse contexto, a tragédia humanitária que se acelerou a partir dos eventos de 7 de outubro tem dimensões colossais. No final, são todos seres humanos cuja morte acarreta dor e ausência. Optando por trabalhar pela consciência e pela humanidade, Oleg se engajou na campanha de prevenção ao suicídio na comunidade palestina-americana na cidade de Sacramento, nos EUA. Em seu trabalho, recolheu testemunhos de dois palestinos que perderam familiares no atual conflito. O texto a seguir foi escrito a partir dessa experiência.[…]

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Entrevista com Ana Maria Magalhães
Ana Maria Magalhães

Nessa entrevista exclusiva para o Coletivo Brasil, que dividimos em quatros partes, Ana Maria Magalhães fala um pouco de sua trajetória no cinema e sobre os filmes que marcaram sua carreira. Atriz e diretora, Ana Maria atuou em diversos filmes, como Azyllo muito louco, Como era gostoso o meu francês e outros. Nas novelas, está presente nas míticas Gabriela e Saramandaia. Como diretora, lançou os documentários Já que ninguém me tira para dançar, que retrata a trajetória de Leila Diniz, atriz que balançou as estruturas da sociedade machista de sua época; O Brasil de Darcy Ribeiro, sobre essa importante personalidade de nossa história; e Mangueira em dois tempos, em que mostra o percurso de membros da escola de samba mirim Mangueira do Amanhã. Ana Maria ainda fala sobre a recepção de sua obra pelo público jovem e suas referências dentro e fora do cinema.[…]

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Neoliberalismo “clássico” e novo neoliberalismo
Pierre Dardot

No dia 28 de fevereiro, o Ministro Fernando Haddad discursou na abertura da Reunião Ministerial do G20 ocorrida em São Paulo. Ele abriu a Reunião porque o Brasil assumiu a presidência do G20 para o ano de 2024. Em seu discurso, o Ministro abordou temas como globalização, aumento da desigualdade e como “a integração econômica global se confundiu com a liberalização de mercados, a flexibilização das leis trabalhistas, a desregulamentação financeira e a livre circulação de capitais”. Eis que o texto de Pierre Dardot, anteriormente publicado na Sens public, mostra-se atual. Dardot discute como o neoliberalismo é um modelo que gere relações de imperium, a dominação sobre as pessoas, e de dominium, a dominação sobre as coisas. O neoliberalismo é mais do que um mercado que, hipoteticamente, autorregula-se. Os neoliberais clamam por uma constante regulamentação das relações de imperium e de dominium na qual o mundo é mais do que um mercado sem fronteiras e sem Estado, mas sim um “mundo duplo, preservado pelos guardiões da constituição econômica das demandas das massas em favor da justiça social e da igualdade redistributiva”. Assim, a ordem ecônomica neoliberal não pressupõe a abolição dos Estados nacionais ou de fronteiras (por que choras, Brasil Paralelo?). Pelo contrário, ela presume que os Estados nacionais se organizarão e criarão mecanismos capazes de impor a “racionalidade do capital”, e eis que surgem o GATT, a OMC, o G20, etc. Nesse contexto, Dardot traça a história do neoliberalismo e questiona se é possível a divisão entre neoliberalismo “clássico” e um novo neoliberalismo. […]