O texto tem como objetivo pensar a classe média e o seu papel nas eleições presidenciais de 2018, que levaram Jair Messias Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), ao Palácio do Planalto. Como tese principal, o texto argumenta que a classe média não possui uma identidade de classe que lhe seja própria e, assim, assimila as referências culturais das classes superiores. Como consequência dessa ausência de ideologia própria, a classe média, em uma tentativa de diferenciar-se, demonstra preconceito com as classes populares. Para compreender essa questão, o texto divide-se em três momentos. Inicialmente, é feita uma análise histórica da formação da classe média; em seguida, é discutida a emergência da « nova » classe média; em um terceiro momento, é apresentada a percepção da classe média sobre a crise econômica global iniciada em 2008. Texto originalmente publicado na revista Sens public[…]
O comportamento da classe média e o declínio da democracia no Brasil, o fator subjetivo na história
Povos indígenas e a pandemia no Brasil
Manuel Prado Junior
Este ensaio apresenta um breve levantamento das questões enfrentadas pelos povos indígenas para a garantia de seus direitos no Brasil. A partir de uma perspectiva temporal, verifica-se que povos indígenas sofrem dificuldades para a concretização de seus direitos fundamentais há décadas, situação sensivelmente agravada pela atual pandemia. Compreende-se que resgatar esse histórico de violações, mas também o de mobilização em torno de seus direitos é fundamental para a compreensão das dimensões dos impactos atuais. Texto originalmente publicado na revista Sens public.[…]
Milicos promíscuos
Luiz Capelo
A “poética da putaria” é novamente utilizada enquanto instrumento teórico de análise social. No texto, é tratada a origem etimológica do conceito de pornografia, sua ambiguidade e sua relação com alguns gulosos militares do brioso Exército Brasileiro.[…]
Lula o Milagre parte 3
Gérard Wormser
A fantasia de uma democracia plebiscitária antissistema Uma vez mais, os editorialistas “oficiais” criaram uma […]
Lula o Milagre parte 2
Gérard Wormser
Depois de dois meses de transição após a estreita vitória eleitoral de Lula no Brasil em 30 de Outubro de 2022, a invasão da Esplanada de Brasília lembrou ao novo governo que o jogo ainda não estava ganho. O ataque à sede das instituições federais esteve muito perto de ser bem sucedido. Esse cenário foi abortado assim que a polícia se submeteu ao comando. O fiasco das autoridades de Brasília levou à gestão dircta da segurança pelo governo e à demissão de centenas de funcionários públicos. A nossa análise tenta decifrar o que esse evento nos diz sobre as divisões de um país que duvida profundamente das suas instituições.[…]
Lula o Milagre parte 1
Gérard Wormser
Depois de dois meses de transição após a estreita vitória eleitoral de Lula no Brasil em 30 de Outubro de 2022, a invasão da Esplanada de Brasília lembrou ao novo governo que o jogo ainda não estava ganho. O ataque à sede das instituições federais esteve muito perto de ser bem sucedido. Esse cenário foi abortado assim que a polícia se submeteu ao comando. O fiasco das autoridades de Brasília levou à gestão dircta da segurança pelo governo e à demissão de centenas de funcionários públicos. A nossa análise tenta decifrar o que esse evento nos diz sobre as divisões de um país que duvida profundamente das suas instituições.[…]
O FUTURO DE UMA ILUSÃO ou como o campismo obliterou o internacionalismo proletário no conflito russo ucraniano
Roberto Ponciano
Roberto Ponciano considera que a análise pública, disseminada pelas redes sociais sobre a Invasão da Rússia na Ucrânia e construída a partir dos juízos apodíticos, reforça a ilusão de uma moral progressista que camufla um apoio reacionário recortado de um contexto histórico. A invasão da Ucrânia, além de ser utilizada como conteúdo midiático pelo universo dos algoritmos extremistas, dissipa as verdadeiras questões humanitárias e tudo fica subsumido a uma disputa entre potências bélicas, nas quais, os partidos políticos tomam um lado como numa decisão de Copa do Mundo.[…]
No epicentro da tragédia brasileira, a esperança de uma derrota de Bolsonaro em 2022
Celso Amorim
Enquanto as mortes por Covid-19 aumentam, o presidente parece jogar o país num abismo sem precedentes. A vasta reforma ministerial feita pelo presidente, seguida das demissões dos chefes das forças armadas, inicia um período de perigosa instabilidade no pior momento da pandemia. Celso Amorim, ex-ministro das relações exteriores (1993-1994 e 2003-2010) e da defesa (2011-2014) dos governos Lula e Dilma, nos esclarece a instabilidade da situação do país. […]
Bolsonaro, o racista-chefe do lixo branco brasileiro
Jessé Souza
Seis meses depois de assumir o cargo, o governo de Bolsonaro enfrenta repugnância de vários de seus eleitores. A evidência da conspiração para remover Lula da política acaba de ser publicada pela The Intercept. Ela encoraja os oponentes do governo, mas também forçam as instituições desacreditadas a se unirem para que não caiam. Isso aumenta temporariamente a impunidade desfrutada pelo governo na ausência de uma frente parlamentar capaz de realizar um projeto alternativo. Jesse Souza enfatiza que o sucesso eleitoral de Bolsonaro esta baseado em frustração social de uma classe media inferior visceralmente pequena racista em proporção ao que se distingue apenas por suas origens europeias dos pobres da escravidão. As declarações mais excessivas de Bolsonaro visam federar este eleitorado, capital para a sua manutenção no poder, respondendo a esta exigência de distinção pela estigmatização dos adversários.[…]
O naufrágio da democracia no Brasil: desordem e regresso
Gérard Wormser
Nessa segunda parte do texto, o autor apronfunda sua indagação de como foi possível a ascenção da extrema-direita no Brasil[…]