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Acampamento Terra Livre 2024
Hamyla Trindade e Luiz Tukano

O Acampamento Terra Livre (ATL), organizado anualmente pela APIB, é a maior mobilização indígena do Brasil. Entre os dias 22 e 26 de abril de 2024, reuniram-se na Esplanada dos Ministérios milhares de indígenas representando os 305 povos em território brasileiro.

O Coletivo Brasil, para fechar o seu Abril Indígena, condizente com seus engajamentos e por ser um espaço de construção coletiva do conhecimento, convidou Hamyla Trindade e Luiz Tukano a compartilhar conosco alguns de seus registros em vídeo e fotografia do ATL 2024.

Hamyla Trindade é indígena do povo Baré, é graduada em Enfermagem, é especialista em Pneumologia Sanitária, é mestre em Saúde Pública e é doutoranda na FIOCRUZ Amazônia. Atualmente trabalha na SESAI.

Luiz Tukano é formado em biologia, é mestre em Saúde Pública na FIOCRUZ Amazônia e é doutorando em Epidemiologia em Saúde Pública na Escola Nacional de Saúde Pública. Além disso, é Conselheiro Nacional de Saúde e gerente de Projetos da COIAB.[…]

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Antes da Pandemia
Kowawa Apurinã

Kowawa Apurinã, indígena, antropóloga e educadora, relata, nesse vídeo originalmente publicado na Sens public, suas impressões sobre as difíceis condições de vida das mulheres e de suas famílias nas comunidades indígenas, que não contaram com o auxílio do Estado no contexto do governo de Jair Bolsonaro. Kowawa Apurinã ressalta a importância da terra e da relação de harmonia com a natureza, não somente para os povos originários, como também para toda a humanidade.[…]

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2a Marcha das mulheres indígenas
Cutiara Terena e Irineia Terena

Nos idos de 2021, mulheres indígenas marcharam, pela segunda vez, na capital federal para clamar por seus direitos. E Fernanda Paixão, colaboradora do Coletivo Brasil, esteve na 2a Marcha Mulheres Indígenas, onde captou fotos e vídeos e registrou os testemunhos das indígenas Cutiara e Irineia Terena. Essas falas revelam a mobilização e a luta dos povos indígenas brasileiros. O Coletivo Brasil compreende que essa luta ainda não findou, e por isso é importante rememorar esses testemunhos. Esse texto foi originalmente publicado no Dossiê Vozes Indígenas, da revista Sens public.[…]

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Carta dos povos da floresta à sociedade não indígena
Márcia Wayna Kambeba

O presente texto é uma carta destinada sobretudo à sociedade não indígena. Em tempos de pandemia, violência e genocídio, as suas palavras devem ecoar e encontrar novos interlocutores. Aliando sensibilidade poética a engajamento histórico-social, Márcia Wayna Kambeba nos apresenta um retrato necessário da situação da “Terra Mãe” no século XXI. Ela nos faz um convite a pensar a defesa do meio ambiente, os saberes indígenas e a necessidade de se repensar a narrativa de “progresso”. Esse texto foi originalmente publicado no Dossiê Vozes Indígenas, da revista Sens public.[…]

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Povos indígenas e a pandemia no Brasil
Manuel Prado Junior

Este ensaio apresenta um breve levantamento das questões enfrentadas pelos povos indígenas para a garantia de seus direitos no Brasil. A partir de uma perspectiva temporal, verifica-se que povos indígenas sofrem dificuldades para a concretização de seus direitos fundamentais há décadas, situação sensivelmente agravada pela atual pandemia. Compreende-se que resgatar esse histórico de violações, mas também o de mobilização em torno de seus direitos é fundamental para a compreensão das dimensões dos impactos atuais. Texto originalmente publicado na revista Sens public.[…]

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Primavera indígena
Cacique Darã, Cacique Awa Tenondengua e Cacique Anildo Awarokadju

Semana passada, no dia 19 de outubro de 2023, Cacique Darã ancestralizou. A causa de sua morte não foi divulgada, e a polícia ainda investiga. A morte é parte indissociável da vida. Partindo o indivíduo, ficam suas lutas e conquistas. O Coletivo Brasil compartilha a atuação do Cacique Darã no acampamento “Luta pela Vida”, organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), realizado em 2021, na cidade de Brasília. O evento foi a maior mobilização indígena até então realizada. Testemunhos, fotografias e vídeo revelam os principais momentos da manifestação, que reuniu seis mil indígenas, de 176 etnias, com o objetivo de lutar pelos direitos dos povos originários e pela demarcação de terras durante o governo de Jair Bolsonaro.É importante salientar que a luta indígena pelo direito a suas terras ainda persiste. Esse texto foi originalmente publicado na revista Sens public. […]

Eloy Terena
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Povos indígenas e violações no contexto da pandemia da Covid-19 no Brasil
Eloy Terena

Ontem, dia 21 de setembro de 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a tese do Marco Temporal. Entre os 11 ministros do STF, 9 votaram contra a tese e 2 votaram a favor. Ora, mas o que é o Marco Temporal? A tese do Marco Temporal surgiu em 2009, em parecer da Advocacia-Geral da União sobre a demarcação da reserva Raposa-Serra do Sol, em Roraima. Segundo essa tese jurídica, os povos indígenas teriam direito a ocupar e/ou reinvindicar a ocupação de terras que já ocupavam ou disputavam a posse em 5 de outubro de 1988, data de promulgação da Constituição Federal de 1988. Em 2003, foi criada a Terra Indígena (TI) Ibirama-Laklãnõ, em Santa Catarina. Contudo, parte do território dessa TI era ocupada por agricultures. Assim, em 2013, o governo de Santa Catarina, especificamente o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina, baseando-se na tese do Marco Temporal, ganhou a posse do território após decisão do Tribunal Federal da 4a Região (TRF-4). A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) questionou a decisão do TRF-4 no STF. Santa Catarina entrou com processo no STF argumentando que a área näo deveria fazer parte da TI, pois ela não era ocupada por indígenas em 5 de outubro de 1988. Os Xokleng argumentaram que não estavam na território porque haviam sido expulsos dali. A decisão sobre a TI Ibirama-Laklãnõ firma o entendimento do STF sobre as demais TI Brasil afora. Daí a grande importância do julgamento ocorrido ontem.
Eloy Terena, autor do artigo que agora publicamos no Coletivo Brasil e que outrora foi publicado na Sens public, é secretário Executivo no Ministério dos Povos Indígenas. Eloy atuou ativamente pela derrocada da tese do Marco Temporal. Assim, é com grande alegria e sabendo da atualidade do tema que o Coletivo Brasil publica o texto de Eloy Terena sobre a a situação dos povos indígenas do Brasil no contexto da pandemia da Covid-19. O autor vale-se de dois movimentos teórico-metodológicos. O primeiro é olhar para as ações adotadas pelo movimento indígena desde o início da pandemia, principalmente aquelas empreendidas diante da omissão do Estado em apresentar planos e executar ações direcionadas especificamente para os povos indígenas, aumentando a vulnerabilidade e o risco de contágio do vírus. O segundo movimento está centrado no Estado e na sua incapacidade de lidar com a realidade indígena brasileira. Além de o trabalho constituir-se em um importante registro ao oferecer um panorama da situação e de como os fatos se desenrolaram; ele também busca trazer à baila reflexões sobre os desafios dos povos indígenas num contexto além da pandemia. Tal situação requer necessariamente trazer à discussão as demandas históricas dos povos, o que implica analisar o relacionamento do Estado com os povos originários, a urgente conclusão da demarcação das Terras indígenas e o respeito às cosmovisões indígenas sobre seus territórios. Este é um recado político reiterado pelo movimento indígena e suas lideranças e não foi discutido internacionalmente com a seriedade necessária. Os territórios tradicionais tão vitais para os povos indígenas cumprem um papel no equilíbrio da vida humana. O capital que oprime esses povos agora obriga todos a refletirem sobre o bem viver e as consequências climáticas da destruição da biodiversidade mundial.[…]

Renata Inahuazo
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Ancestralidade e memória, uma reflexão por intermédio de desenhos
Renata Inahuazo

Reflexões da artista Renata Ribeiro Inahuazo, indígena em contexto de cidade e residente em São Paulo, sobre a arte pela qual expressa suas inquietudes pessoais e políticas. Em exclusividade à Sens Public, ela conta o que a inspirou para compor os cinco desenhos que abrem o presente dossiê. Por meio de um relato potente, que une reflexão, ancestralidade, memória de lutas e cosmologias indígenas, ela oferta pistas para compreendermos a complexidade, o alcance e a sensibilidade de sua obra. Esse texto foi originalmente publicado no Dossiê Vozes Indígenas, da revista Sens public.[…]

Indígenas
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UNIVAJA – União dos Povos Indígenas do Vale do Javari
Eliésio Marubo

O vídeo apresenta uma das maiores terras indígenas do Brasil, localizada no Vale do Javari, com seus encantos e desafios. Recentemente, o Vale do Javari foi o palco do assassinato do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips envolvidos em causas ligadas à preservação da Amazônia e à proteção dos povos indígenas da região. O vídeo traz também o importante testemunho do indígena Eliésio Marubo, procurador jurídico da UNIVAJA, que fala de sua difícil luta pela garantia dos direitos dos povos originários da região. Esse texto foi originalmente publicado no dossiê Vozes indígenas, trilhas para renovar o Brasil na Sens public[…]