Article
0 comment

Neoliberalismo “clássico” e novo neoliberalismo
Pierre Dardot

No dia 28 de fevereiro, o Ministro Fernando Haddad discursou na abertura da Reunião Ministerial do G20 ocorrida em São Paulo. Ele abriu a Reunião porque o Brasil assumiu a presidência do G20 para o ano de 2024. Em seu discurso, o Ministro abordou temas como globalização, aumento da desigualdade e como “a integração econômica global se confundiu com a liberalização de mercados, a flexibilização das leis trabalhistas, a desregulamentação financeira e a livre circulação de capitais”. Eis que o texto de Pierre Dardot, anteriormente publicado na Sens public, mostra-se atual. Dardot discute como o neoliberalismo é um modelo que gere relações de imperium, a dominação sobre as pessoas, e de dominium, a dominação sobre as coisas. O neoliberalismo é mais do que um mercado que, hipoteticamente, autorregula-se. Os neoliberais clamam por uma constante regulamentação das relações de imperium e de dominium na qual o mundo é mais do que um mercado sem fronteiras e sem Estado, mas sim um “mundo duplo, preservado pelos guardiões da constituição econômica das demandas das massas em favor da justiça social e da igualdade redistributiva”. Assim, a ordem ecônomica neoliberal não pressupõe a abolição dos Estados nacionais ou de fronteiras (por que choras, Brasil Paralelo?). Pelo contrário, ela presume que os Estados nacionais se organizarão e criarão mecanismos capazes de impor a “racionalidade do capital”, e eis que surgem o GATT, a OMC, o G20, etc. Nesse contexto, Dardot traça a história do neoliberalismo e questiona se é possível a divisão entre neoliberalismo “clássico” e um novo neoliberalismo. […]

Article
0 comment

Ressentimento em meio à riqueza
Elementos para uma geografia brasileira do descontentamento e da polarização política
Aristides Monteiro Neto

Aristides Monteiro Neto traz um panorama da ascensão da política de direita e ultradireita no Ocidente e demonstra os caminhos tomados por ela em meio ao território nacional, desde o impeachment da presidenta Dilma Rousseff até os dias atuais. O autor questiona ainda as razões para a adesão massiva a ideias antidemocráticas e conservadoras, especialmente nas regiões mais ricas do Brasil, e o motivo do grande descontentamento político apresentado por elas. A hipótese desenvolvida por ele para responder a esses questionamentos é apresentada aqui de forma clara e inequívoca, constituindo uma verdadeira análise política e social de nosso vasto país.[…]

Article
0 comment

Antes da Pandemia
Kowawa Apurinã

Kowawa Apurinã, indígena, antropóloga e educadora, relata, nesse vídeo originalmente publicado na Sens public, suas impressões sobre as difíceis condições de vida das mulheres e de suas famílias nas comunidades indígenas, que não contaram com o auxílio do Estado no contexto do governo de Jair Bolsonaro. Kowawa Apurinã ressalta a importância da terra e da relação de harmonia com a natureza, não somente para os povos originários, como também para toda a humanidade.[…]

Article
0 comment

Encantado, o Brasil em desencanto
Camille Malderez

Originalmente publicado na Sens public em 2020, o artigo de Camille Malderez fala do primeiro longa metragem de Filipe Galvon, Encantado, o Brasil em desencanto, ganhador do Festival Internacional de Brasília, no ano de 2020, na categoria Juri Popular. O filme, que tem como ponto de partida a experiência do autor no bairro do Rio de Janeiro onde nasceu, traz um panorama das grandes mudanças políticas do país a partir da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. Nesse período carnavalesco de liberação das pulsões, o Coletivo Brasil acredita ser importante uma reflexão sobre o quanto ficamos encantados com promessas e como lidamos com o consequente desencanto. O canto da sereia bolsonarista de 2018 encantou miríades, mas agora é diferente a tocata que toca em certas tocas. Passado o êxtase do fim do atraso e do retorno da civilização, como reagiremos? Compreenderemos que o príncipe é também o sapo?[…]

Article
0 comment

2a Marcha das mulheres indígenas
Cutiara Terena e Irineia Terena

Nos idos de 2021, mulheres indígenas marcharam, pela segunda vez, na capital federal para clamar por seus direitos. E Fernanda Paixão, colaboradora do Coletivo Brasil, esteve na 2a Marcha Mulheres Indígenas, onde captou fotos e vídeos e registrou os testemunhos das indígenas Cutiara e Irineia Terena. Essas falas revelam a mobilização e a luta dos povos indígenas brasileiros. O Coletivo Brasil compreende que essa luta ainda não findou, e por isso é importante rememorar esses testemunhos. Esse texto foi originalmente publicado no Dossiê Vozes Indígenas, da revista Sens public.[…]

Article
0 comment

O corpo, nenhuma identidade. Entrevista com Marina AbramovicMarina Abramovic

Em entrevista para Gioia Costa, publicada originalmente em francês, na revista internacional Sens Public, em 2014, Marina Abramovic fala sobre os Balcãs, região onde nasceu, sobre identidade e sobre o papel da arte e do artista no mundo contemporâneo. A artista discorre ainda sobre suas obras e suas experiências em alguns dos muitos lugares do mundo onde já esteve, inclusive o Brasil. Atualmente Marina está em Pernambuco para inaugurar a obra de arte “Generator”, sua primeira criação instalada em espaço livre e aberto ao público no país.[…]

Article
0 comment

Uma ministra terrivelmente cristã e seu discurso fascista
Marília Gonçalvez Magalhães e Letícia Barreto

Nesse texto, as autoras Marília Gonçalvez Magalhães e Letícia Barreto analisam discurso e prática de Damares Alves, ex-ministra no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.[…]

Article
0 comment

Carta dos povos da floresta à sociedade não indígena
Márcia Wayna Kambeba

O presente texto é uma carta destinada sobretudo à sociedade não indígena. Em tempos de pandemia, violência e genocídio, as suas palavras devem ecoar e encontrar novos interlocutores. Aliando sensibilidade poética a engajamento histórico-social, Márcia Wayna Kambeba nos apresenta um retrato necessário da situação da “Terra Mãe” no século XXI. Ela nos faz um convite a pensar a defesa do meio ambiente, os saberes indígenas e a necessidade de se repensar a narrativa de “progresso”. Esse texto foi originalmente publicado no Dossiê Vozes Indígenas, da revista Sens public.[…]